quinta-feira, novembro 30, 2006

Típica noite de verão

Uma típica noite de verão na minha pequena cidade. Quente, céu lindo (igual em outro lugar não há), a lua cheia e nada para fazer. O barulho do vento, também típico daqui, é o único som que se arrisca a romper o silêncio da noite. No quarto a tv convida a uma espiadinha, não me atrai... uma hora da madrugada, a minha cama me convida a dormir. Na cabeceira da cama o livro, que ha alguns dias me era irresistível, encontra-se abandonado.Me distraio com olhar vagando pelo quarto... no cabide ao lado do espelho as roupas da fracassada noite anterior ainda se mostram. Fecho os olhos e tento transformar aquele cenário... "As roupas agora estão espalhadas pelo chão, a tv desligada; em seu lugar o rádio toca uma sedutora e quente música indiana com batidas eletrônicas... um rítimo bem sugestivo; pela janela aberta a luz da lua entra, tirando o ambiente da escuridão; no ar, um doce e leve aroma do óleo de amêndoas; na cama, meu corpo branco contrasta com o tom avermelhado do lençol. Sinto o vento que entra pela janela e toca a minha pele macia.Através da porta entreaberta, ouço passos firmes. Meu corpo começa a reagir diante da mera possibilidade de ser ele. Avassalador, ele surge e vai se aproximando lentamente. Seu olhar maníaco, exerce um fascínio especial sobre mim.Agora de pé eu espero por ele. Antes mesmo da ponta de seus dedos roçarem meu corpo, é possível perceber meus pêlos eriçados. Sinto então seu hálito quente no meu pescoço. Determinado, toma meus seios com as mãos e é a sua língua que inicia a exploração. A minha boca, a esta altura, já implora por seus beijos. Como se pudesse adivinhar meus pensamentos, seus lábios velozes percorrem meu pescoço e encosta nos meus. Levemente mordisco seu lábio; a minha língua contorna a sua boca para então invadí-la. Desço a minha mão pelo seu corpo e encontro seu membro ereto, torturado de prazer dentro do jeans. Me ponho de joelhos diante dele. Abro o botão; começo a lhe despir. Por um segundo reluto, mas não resisto e beijo-lhe... intimamente... e ele geme... e oculta gemidos...Sua voz abafada, me chama...de pé me puxa pra junto do seu corpo para em seguida virar-me de costas. Meu corpo vibra com intensidade crescente. Seus dedos percorrem minhas costas magras e eu peço que me possua. Posso sentí-lo agora entre as minhas pernas...então, me penetra lentamente, enquanto experimento uma explosão de sentidos. Nossas bocas novamente se encontam. Seu peito nu, no meu corpo e eu o lanço sobre a cama. Me atiro sobre ele e o tenho novamente dentro de mim. Nossos corpos numa dança perfeita. Numa deliciosa posição, lhe ofereço movimentos variados... "Nesse momento, decidida a não terminar de escrever essa história sozinha, abri os olhos e me deparei com o cenário real. O quarto, a tv ligada sem exibir nenhuma imagem, os livros na cabeceira, as roupas no cabide e ainda o computador. O melhor a fazer era tentar dormir.Três horas da manhã, em lugar do livro que vinha lendo nas noites passadas, apelo para o Chico Buarque e seu "Budabeste"; sempre acabo dormindo sobre ele.

Krisca A.R.